31/08/2011

Dia do Nutricionista

Dia 31 de Agosto

Hoje é o dia do nutricionista. Parabenizo meus colegas de profissão que se doam, estudam e querem o melhor para o paciente. Penso que o dia que as pessoas entenderem o poder que a nutrição celular tem, muitos problemas de saúde serão minimizados
Obrigada a todos que me fazem ser mais feliz!
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein)




29/08/2011

Propriedades do Aloe Vera

Quem nunca ouviu falar dessa planta milenar, conhecida como babosa?!! Por muitos séculos, pessoas do mundo inteiro têm consumido o Aloe Vera por suas propriedades benéficas a saúde.


Existem cerca de 200 a 300 espécies já identificadas. Dentre as vitaminas, minerais, enzimas, aminoácidos essenciais, mono e polissacarídeos, já foram identificados cerca de 70 compostos bioativos presentes no Aloe Vera. Outras substâncias encontradas: acemannan, lignina, saponinas, antraquinonas, isobarbaloína, ácido aloético, Aloe emodina, ácido cinâmico, óleo etéreo, entre outros.  


Suas propriedades benéficas são muitas, podendo atuar como:

- antiinflamatório
- antioxidante
- destoxificante
- imunomodulador
- anticancerígeno
- digestivo
- cicatrizante
- antienvelhecimento
- hipoglicemiante
- antialérgico
- antibiótico
- protetor gástrico
- regenerador celular
- hidratante

O Aloe Vera ajuda na recuperação da flora Intestinal, melhorando a absorção de nutrientes. Ajuda a equilibrar o pH gastrintestinal, impedindo a sobrevivência de uma grande variedade de microorganismos disbióticos, além de promover a multiplicação e sobrevida da microbiota. O uso prolongado de antibióticos, antiinflamatórios, pílula anticoncepcional e corticóides são alguns dos fatores que podem provocar o aumento da permeabilidade intestinal, assim como as infecções intestinais e parasitoses.

Sua ação no sistema gastrintestinal, seja através do seu conteúdo de enzimas digestivas ou recuperando a mucosa gástrica, faz com que a produção dos neurotransmissores (serotonina, acetilcolina) no sistema digestório seja potencializada, melhorando a qualidade do sono, a sensação de bem-estar, a capacidade de atenção, raciocínio e melhora do humor.

Porém, preste atenção no Aloe Vera que você utiliza. Cuidado com a purificação do produto a ser usado, pois o mesmo pode apresentar alcalóides tóxicos, como o Aloín, (pigmento amargo de cor amarela e brilhante junto à casca) que, em concentrações elevadas ou se usado constantemente, pode provocar alergias de pele, problemas digestivos, hemorragias, infecções renais, morte celular. O FDA americano limita por litro de suco de Aloe Vera 0,06% (50ppm). Portanto, não é recomendado usar a planta, e sim o suco.

Através dos nutracêuticos encontrados no Aloe Vera, pode-se atribuir a esta planta o poder de equilibrar os três fatores essenciais para uma boa saúde: a desintoxicação, sistema gastrintestinal e sistema imune.

25/08/2011

Dicas para não cair na monotonia

Com a grande oferta de produtos industrializados disponíveis no mercado, a maioria das pessoas opta por produtos prontos para serem consumidos no café-da-manhã ou nos lanches, como requeijão, cream cheese, manteiga e margarina. A falta de variedade nos faz cair na monotonia alimentar. Deixo aqui 4 opções saudáveis, nutritivas e saborosas para serem usadas em pães, tapioca ou torradas.

1. Patê de tofu: feito a partir da coagulação da soja, é uma forma de amenizar a difícil digestão das suas proteínas e dos fatores antinutricionais, reduzindo o risco de alergias alimentares.  A receita foi feita com tofu, azeitonas pretas, alcaparras, azeite de oliva extra-virgem e sal marinho.

2. Azeite de oliva extra-virgem: além de apresentar propriedades antioxidantes, antiinflamatórias e anti-aterogênica, atua na diminuição da hipertrigliceridemia e na inibição da oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL - colesterol). O azeite de oliva é rico em ácido oléico (ômega-9) e compostos fenólicos antioxidantes, como o ácido caféico e a oleuropeína. A dica é colocar o azeite no congelador para ele ficar com a consistência mais firme, pronto para usar.  



3. Óleo de coco extra-virgem: de fácil digestão, auxilia na função intestinal e possui atividade imunológica e antiinflamatória. Apresenta ácido láurico em sua composição, que se transforma em monolaurina, um monoglicerídeo de ação antibacteriana, antifúngica, antiviral e antiprotozoária.

4. Homus: pasta feita de grão-de-bico e tahine (pasta de gergelim). A receita foi temperada com alho, limão, azeite de oliva extra-virgem, páprica e sal marinho. O gergelim, como toda semente, é fonte de fibras, além de ser fonte de ácidos graxos essenciais ômegas 3 e 6, lecitina, cálcio, fósforo, ferro, magnésio, selênio, zinco, vitaminas do complexo B, e E  (excelente antioxidante)  


Se tiverem outras sugestões, por favor, comentem. 

22/08/2011

Alérgenos alimentares: sinais ocultos

Interessante matéria sobre alergias alimentares na Revista Pesquisa Fapesp com o título: Alergias perturbam o humor. Mais do que simples irritação, sensibilidade exacerbada a alimentos provoca ansiedade.

Os especialistas em alergias tradicionais acreditam que as alergias causem principalmente problemas gastrointestinais, respiratórios e de pele. Em geral, não acreditam que as alergias causem sintomas mentais, como depressão, ansiedade, autismo, esquizofrenia, déficit de atenção, hiperatividade entre outros. Embora muita atenção tem sido dada ao assunto, com estudos, pesquisas e publicações, a polêmica gira principalmente em torno da definição da palavra “alergia”.

Por muito tempo a maioria das hipersensibilidades alimentarem eram associadas aos anticorpos IgE (conhecida como reação alérgica imediata – ou reação de hipersensibilidade do tipo I). Porém, o anticorpo de maior relevância nos processos inflamatórios é o IgG (que causa reação alérgica tardia – ou  reação de hipersensibilidade do tipo III) e envolve as doenças desencadeadas por macromoléculas, relacionado com o desenvolvimento de alergias alimentares escondidas.

Hipersensibilidades alimentares ou Reações adversas aos alimentos são denominações empregadas para qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, independente da sua causa e podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas.  

Reações adversas tóxicas: ocorrem devido a fatores próprios do alimento, como agentes tóxicos (ex: histamina presente em peixes) ou substâncias farmacologicamente ativas (ex: tiramina presente em queijos envelhecidos ou a octopamina presente em frutas cítricas).

Reações adversas não tóxicas: podem ser resultados de: intolerância alimentar (hipersensibilidade alimentar não alérgica) ou de alergia alimentar.

Sendo que alergias alimentares são reações adversas mediadas pelo sistema imunológico, que incluem reações onde há ou não a intermediação da imunoglobulina E (IgE), mas sempre há o envolvimento celular. Na intolerância alimentar, não há envolvimento de qualquer mecanismo imunológico. Um exemplo é a intolerância à lactose por deficiência da enzima lactase.

Na matéria que saiu na Revista Pesquisa FAPESP, pesquisadores relataram que, além dos sistemas circulatórios, gastrointestinal e respiratório; o sistema nervoso central e o endócrino também participam do mecanismo que envolve o processo alérgico. Ou seja, o cérebro é afetado pelas reações alérgicas e, por sua vez, as influencia.

Foi realizado um estudo experimental em que camundongos eram expostos repetidas vezes ao alérgeno alimentar e foi observado que as crises alérgicas afetavam o comportamento dos animais. O objetivo do experimento foi tornar os animais sensíveis ao ovo. Desta forma, os animais foram colocados em uma gaiola com dois tipos de bebidas disponíveis: água pura e água açucarada contendo ovoalbumina (proteína causadora de alergia). Os animais sem alergia preferiam a água açucarada. Já os animais alérgicos, apesar de terem tomado das duas águas, voltaram a consumir a água pura, pois apresentaram sinais de alergia pelo consumo da água açucarada.

Outros estudos foram realizados e os pesquisadores observaram que os animais alérgicos se mostravam mais ansiosos do que os sem alergia. E isso permitiu evidenciar que pessoas com alergia a alimentos são mais ansiosas e depressivas do que as não alérgicas.

O mais interessante é que o cérebro é facilmente enganado. Os animas alérgicos foram capazes de consumir ovoalbumina em demasia, sem ao menos perceber os sinais negativos do alimento. Daí fica a dica: será que somos viciados em certos alimentos e não percebemos? E quando ficamos sem comer “tal” alimento, logo ficamos loucos para consumi-los novamente? Muitas vezes consumimos determinados alimentos que nos fazem mal, e esse comportamento alimentar gera um vício. Essas substâncias estranhas podem causar excitação cerebral, prazer e até mesmo euforia, para num momento posterior, levar a depressão, letargia, estabelecendo a relação de dependência.   


É necessário, portanto, que haja uma dessensibilização no organismo, medida que força o organismo a se adaptar aos poucos a compostos, em geral proteínas, que inicialmente o organismo reconhece como estranho ao corpo e nocivo. Os alimentos mais comuns são: leite, ovo, trigo e soja.

A matéria da Revista Pesquisa FAPESP cita que, seguido do leite estão: peixes, frutos do mar, ovos, amendoim, castanhas, trigo e soja. E está crescendo também a alergia a outros alimentos que antes pareciam inofensivos, como a cenoura, salsão, maçã, pêra e kiwi. E o caso mais surpreendente, citado na matéria, é o da mandioca.

Pela dificuldade do diagnóstico, muitas vezes as hipersensibilidades alimentares são confundidas com outras doenças, ou seja, podendo provocar sintomas relacionados a doenças específicas. Por exemplo, pode existir uma hipersensibilidade que cause otite, sinusite, porém não adianta ser tratada como otite ou sinusite se não for tirado o alérgeno que a provocou.

Alguns SINAIS E SINTOMAS da associação entre as reações de hipersensibilidade do Tipo I e III, visto que os dois tipos de hipersensibilidades podem coexistir:

- obesidade, magreza, resistência à insulina, anorexia, bulimia, gastrite, rinite, colite, sinusite, otite, labirintite, celulite, cistite, tendinite, náuseas, flatulência, vômitos, cefaléia, enxaqueca, convulsão, diabetes, inflamação, hiperatividade, distúrbio de concentração, depressão, ansiedade, irritabilidade, comportamento anti-social, síndrome do pânico, acne, eczema, queda de cabelo, TPM, dermatite, mãos e pés ressecados, caspa, olheiras, olhos inchados, língua rachada e/ou branca, insônia, sonolência, fadiga, dores musculares e articulares, doenças auto-imunes, artrite reumatóide, tireoidite, esclerose múltipla, lúpus, doença de Crohn, fibromialgia, esquizofrenia, autismo, entre muitos outros. 

Cada organismo pode ter um tipo de manifestação, dependendo de como está o sistema imune e de como se apresenta a permeabilidade intestinal. O assunto é amplo. Aos poucos serão introduzidos outros conceitos e dicas.  

CARREIRO, D.M. Alimentação, problema e solução para doenças crônicas. 1ª Ed. São Paulo, 2007.
ZORZETTO, R. Alergias perturbam o humor: mais do que simples irritação, sensibilidade exacerbada alimentos provoca ansiedade. Pesq. Fapesp, v.186, p. 40-46, 2011.

16/08/2011

Atividade Física e Estresse Oxidativo

Atividade física regular associada a uma dieta balanceada pode ser um importante fator para a promoção da saúde, prevenindo doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, hipertensão, câncer. Porém, atividade física intensa pode induzir inflamação, lesões, fadiga crônica, anemia, envelhecimento.

Independentemente da atividade física praticada, algumas pessoas têm dificuldade em obter um bom rendimento e até relatam falta de disposição e dificuldade em emagrecer. Vários fatores podem estar contribuindo para isto, dentre eles, o estresse oxidativo, definido como um desequilíbrio entre produção excessiva de radicais livres e a redução das defesas antioxidantes. O músculo em contração aumenta a produção de radicais livres e o exercício intenso e prolongado resulta em dano oxidativo. E o que são os Radicais Livres?


Os radicais livres são átomos ou moléculas com 1 ou mais elétrons desemparelhados na sua última camada de valência. No próprio metabolismo do oxigênio, tanto para a produção de ATP (energia) como para o funcionamento da cadeia respiratória, há produção de Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) – que engloba tanto os radicais livres quando outras espécies não radicalares derivadas do oxigênio, como o peróxido de hidrogênio, entre outros.

Durante a atividade física há aumento no consumo de oxigênio pela mitocôndria, tanto para movimentação de músculos quanto pelo aumento da freqüência cardíaca e, pelo aumento da demanda energética, mais EROs são produzidas. Altos níveis de EROs podem causar injúria às proteínas musculares, lipídios, DNA, diminuindo a produção de força. O estresse oxidativo gerado pelo exercício pode fazer com que as EROs iniciem a oxidação de lipoproteínas (como a LDL-colesterol), a oxidação de proteínas sanguíneas e estruturais, alterando suas funções, podendo até levar a mutações no DNA.

Os exercícios aeróbicos de alta intensidade, como corrida, ciclismo e natação, aumentam o volume de oxigênio (VO2), o que pode levar ao aumento dos radicais livres.

Já os exercícios anaeróbicos, como os de resistência, salto, explosão etc, aumentam a produção de radicais livres pelo aumento de ácido lático, acidose, inflamação pós-exercício e também pela produção de xantina oxidase, através do mecanismo de Isquemia e Reperfusão, em que a hipóxia cria condições ideias para a produção de radicais livres após a reoxigenação.  


Apesar de tudo isso, nosso organismo possui mecanismos de defesa contra a ação prejudicial do excesso de EROs,  que são os antioxidantes. A definição de antioxidante é: qualquer substância que, presente em baixas concentrações quando comparada a do substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação deste substrato de maneira eficaz. Sendo assim, os antioxidantes podem ser classificados em:

ü     Antioxidantes endógenos: que podem ser enzimas antioxidantes (SOD, catalase, GSH-Px) e compostos não enzimáticos (ácido lipóico, Coenzima Q10, albumina, ácido úrico);
ü     Antioxidantes exógenos: que podem ser adquiridos pelo alimento ou suplementação, como é o caso das vitaminas C, E, betacaroteno, flavonóides, zinco, selênio, etc.

Nossas defesas antioxidantes têm um alto grau de atividade. Durante a atividade física, o organismo tenta aumentar o suporte antioxidante para diminuir o estresse oxidativo, na tentativa de manter a homeostase celular. Além disso, uma alimentação saudável e rica em compostos antioxidantes é fundamental para auxiliar na defesa do organismo.

Muitas pessoas fazem uso equivocado de suplementos antioxidantes, seja por suplementação isolada, sem orientação e, até mesmo usando doses prejudiciais. O excesso de vitamina C isolada gera o radical livre tocoferil, que também é prejudicial.  Assim como o excesso de vitamina E é prejudicial em excesso, pois gera o radical livre ascorbil. A regeneração do tocoferil é feita também pelos carotenóides, pela Coenzima Q10, pela glutationa. Há um complexo mecanismo antioxidante de regeneração de radicais livres que necessita estar equilibrado.   

Alguns estudos mostram que a redução da produção de radicais livres por meio de suplementação de antioxidantes pode proteger o músculo esquelético de danos oxidativos e retardar a fadiga durante o exercício prolongado. Cabe ressaltar que o estresse oxidativo induzido pelo exercício é transitório.

Alguns alimentos estudados que são ricos em antioxidantes e que podem auxiliar no desempenho físico são: chá verde, cacau, frutas vermelhas, limão.



A suplementação de antioxidantes também pode levar a diferentes resultados, dependendo da faixa etária. Para cada caso, é necessário cautela e orientação adequada. E nunca se esquecer da individualidade bioquímica (cuidado com as alergias e intolerâncias alimentares), afinal o que é bom para um, pode não ser bom para o outro!



CHAVES, D.F.S. Utilização de antioxidantes na prática esportiva. Rev Bras Nutr Func; 48: 27-33, 2010.
SOARES, C.S. Alimentação e suplementação em praticantes de atividade física. Rev Bras Nutr Func; 47;30-37, 2010.



11/08/2011

CUBO VERDE

RECEITA DE CUBO VERDE

Fácil de fazer e ótimo para combater os sintomas da TPM, como dores de cabeça, ansiedade, depressão e cansaço.

Ingredientes:

Couve-manteiga (3 folhas)
Hortelã (10 folhas)
Brócolis (2 buques)
Rúcula (5 folhas)
Erva Cidreira (2 folhas)



Modo de Preparo:

Bater todos os ingredientes com 500ml de água e colocar em formas de gelo para congelar.

Usar de 2 a 3 cubos verdes batidos com suco de fruta de sua preferência ou apenas colocar os cubos  no suco pronto.


Dica: armazenar no freezer em recipientes de vidro.  Utilizar em até 1 mês.

Espero que gostem!

10/08/2011

Nutrientes na TPM

Um ciclo menstrual adequado é sinal de vitalidade. A tensão pré-menstrual, conhecida por TPM, é um problema comum em muitas mulheres em idade fértil. Alterações de humor, dores de cabeça, cólicas, depressão, mastalgia (dor nas mamas), ansiedade, inchaço, cansaço, entre outros, são alguns sintomas da síndrome, causados pela elevação das taxas de estrógeno no organismo feminino. Portanto, se há algum problema antes da menstruação é porque algo está errado com ela. A ação dos nutrientes pode amenizar tanto os sintomas emocionais como os físicos apresentados neste período.  

A ingestão de carboidratos é muito observada no período que antecede a menstruação, assim como a freqüente compulsão por doces. Isso pode estar relacionado à necessidade de aumentar o triptofano no sangue, aminoácido precursor da serotonina (neurotransmissor cerebral). Os alimentos com alto índice glicêmico (IG) apresentam melhores efeitos na disponibilidade de triptofano, comparado aos com baixo índice glicêmico. A ingestão de triptofano ou de alimentos que aumentem sua disponibilidade pode estimular sua taxa de conversão em serotonina, sendo que a presença do magnésio e vitaminas B6, B9 e B12 é fundamental para que ocorra essa conversão. Fontes de triptofano: açaí, arroz integral, tâmaras, nozes, lentilha, banana, damasco, entre outros.

A destoxificação hepática, também conhecida como detoxificação, é citada como fator importante para a regulação hormonal e eliminação de xenobióticos. Outra forma de eliminação de toxinas é o bom funcionamento do intestino. Uma alimentação rica em fibras ajuda na digestão e evita a prisão de ventre. O uso de probióticos e prebióticos tem sido bastante relatado devido sua ação na melhora da permeabilidade intestinal, evitando, desta forma, a reabsorção de estrogênio e prevenindo os sintomas incômodos do hormônio.

Quando falamos de minerais, o cálcio, magnésio e o zinco merecem destaque. O Cálcio, além de ser importante no metabolismo ósseo, atua na regulação hormonal, contribuindo para melhora dos sintomas apresentados na TPM. O cálcio de origem vegetal é o mais interessante pois auxilia na alcalinização do sangue. Com um pH mais alcalino, a biodisponibilidade do cálcio é maior, evitando sua excreção. Fontes de cálcio de origem vegetal: brócolis, couve manteiga, feijões, algas, amêndoas.

O Magnésio é um mineral importante envolvido na atividade da serotonina e outros neurotransmissores. Atua melhorando o humor e dores de cabeça. Sua deficiência aumenta a absorção de chumbo.  Fontes de Magnésio: couve manteiga, abacaxi, vagem, nozes, germe de trigo, folhosos verde-escuros.

O Zinco é essencial para a função de mais de 300 enzimas. Atua no metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e na própria vitamina B6. Também é importante na normalização dos níveis elevados de estrógeno.  Fonte de Zinco: arenque, nozes, feijão, lentilha, gengibre, alho.

A Vitamina D é necessária para que possa ocorrer uma absorção adequada de cálcio pelo organismo. Já é comprovada a influência do Cálcio e da Vitamina D nos níveis de estrogênio no organismo. A quantidade de vitamina D pode variar de indivíduo para indivíduo e é necessário interação entre fonte dietética, exposição solar e suplementação.  Fontes de vitamina D: gema de ovo, peixes, manteiga, óleo de fígado de bacalhau.

A Vitamina B6 atua na produção de serotonina e GABA (ácido gama-aminobutírico, que controla a ansiedade, depressão e percepção da dor). Baixos níveis de B6 levam a altos níveis de prolactina, que podem causar edema, mastalgia, inchaço abdominal (pela elevação da aldosterona) e sintomas psicológicos associados à TPM. A Vitamina B3 é essencial no metabolismo da vitamina B6. Fontes de vitamina B3: cereais integrais, ovo, carnes em geral, vegetais, frutas secas, oleaginosas. Fontes de vitamina B6: banana, cereais integrais, atum, lentilha, gergelim, arroz integral.  

A Vitamina B12: é essencial no metabolismo dos aminoácidos e no metabolismo normal de todas as células. É fator dependente na conversão de triptofano em serotonina. Fontes de vitamina B12: carnes magras.  
O Ácido fólico (B9): é cofator na síntese de triptofano e é também usado em casos de depressão e distúrbios de humor. Fontes de vitamina B9: espinafre, feijão banco, laranja, aspargo, couve, maçã, soja.  

A Vitamina C: participa no metabolismo da serotonina e ativação do ácido fólico. Fontes de vitamina C: caju, kiwi, tomate, acerola, goiaba, salsinha.
A Vitamina E: atua como antioxidante lipídico da membrana plasmática, além de regenerar o radical ascorbil. Apresenta efeitos na síntese de prostaglandinas. Fontes de vitamina E: abacate, oleaginosas, semente de girassol, azeite de oliva, óleos vegetais.

Óleo de prímula e/ou óleo de borragem: contém o ácido gama-linolênico (GLA), ácido graxo poliinsaturado não é produzido pelo organismo e precisa ser obtido da dieta. É importante para a produção de prostaglandina de série 1, substância que ajuda a equilibrar os hormônios femininos.

Além dos cuidados com a alimentação, a prática de exercícios físicos durante todo o mês ajuda a regular os níveis hormonais, elimina toxinas, estimula a absorção de nutrientes, aumenta os níveis de endorfinas associados com melhora de humor e alivia os sintomas da TPM.

É importante evitar o excesso de sal, leites e derivados, cafeína, chocolate, refrigerantes a base de cola e álcool nos primeiros 15 dias que antecedem a menstruação.

Mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida são considerados os primeiros passos para o tratamento da síndrome pré-menstrual. A inclusão dos alimentos acima citados pode ser um grande aliado na redução dos sintomas da síndrome, evitando-se o tratamento farmacológico e suas interações. Nos casos de deficiência de vitaminas e minerais e/ou não adesão da dieta, o uso de suplementos e ácidos graxos essenciais se faz necessário para o controle dos sintomas.

Lembre-se da individualidade bioquímica.
Consulte um bom e adequado profissional!!!

04/08/2011

Nutrição e Esclerose Múltipla

Faz tempo que queria escrever sobre a Esclerose Múltipla. É um assunto desafiador, que tem me feito estudar e por isso quero compartilhar! Na edição deste mês da Revista Brasileira de Nutrição Funcional, foi publicado um excelente artigo sobre o assunto.  



A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica degenerativa, caracterizada pela destruição da bainha de mielina, por um processo inflamatório e auto-imune, provavelmente associado a desordem genética e fatores ambientais, como latitude geográfica, dieta, exposição a toxinas, infecção pelo vírus Epstein-Barr, entre outros.

Como a doença é caracterizada por reação inflamatória com predomínio de linfócitos T CD4+ e produção de citocinas inflamatórias no sistema nervoso central, há degeneração dos axônios, desmielinização das fibras nervosas e perda de células da neuróglia. Há também a participação de linfócitos B, de imunoglobulinas e componentes da ativação do sistema complemento próximo à lesão inflamatória.  

A disbiose intestinal também está envolvida na fisiopatologia da EM. Ocorre um desequilíbrio na microbiota, com predomínio de bactérias patogênicas. Quando a parede intestinal fica comprometida e há alteração na permeabilidade intestinal ocorre uma diminuição da sua atuação contra moléculas grandes, gerando uma resposta inflamatória sistêmica.

O Estresse Oxidativo é outro mecanismo envolvido na EM. A lesão inflamatória leva a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), com dano nos componentes celulares como lipídios, proteínas e ácidos nucléicos, acelerando a neurodegeneração. Além disso, os produtos de glicação avançada (AGEs) contribuem para a geração de radicais livres e aumento da expressão de mediadores inflamatórios. Os AGEs são formados através da oxidação de lipídios e proteínas através do processo de cocção em altas temperaturas, principalmente grelhados e assados. A N-acetil-L-cisteína (NAC) tem sido usada por inibir os AGEs.

Os hábitos alimentares e o estado nutricional dos portadores de EM são de grande relevância no tratamento e na evolução da doença. É preciso levar em consideração todos os sistemas fisiológicos do organismo e os sintomas relacionados ao desequilíbrio de cada um deles.

- Dieta isenta de glúten e leite de vaca (e derivados) tem sido relatada como mecanismo protetor na progressão da doença. As proteínas do leite de vaca e o glúten são de difícil digestão, aumentam a permeabilidade intestinal e elevam a produção de IL-6, IL-10 e TGF-ß. Estudos mostram que os portadores da doença podem ter sensibilidade oculta ao glúten, por apresentarem anticorpos positivos para IgA. Leia mais aqui.  

A suplementação com vitaminas tem sido bastante relatada na literatura.

- A Vitamina C é importante na cicatrização de úlceras em pacientes acamados, participa da síntese de colágeno e atua como antioxidante regenerando a vitamina E, importante para converter a B12 na forma ativa.

- A Vitamina D é um supressor auto-imune e interage com mediadores inflamatórios e com o sistema imunológico. Tem sido observada a presença de receptores de Vitamina D no Sistema Nervoso Central e sua deficiência altera a função das células do sistema imune levando a um perfil mais inflamatório. A suplementação parece reduzir as taxas de recidiva da doença. Leia mais aqui.

- A Vitamina B12 é pré-requisito para a síntese de mielina; A Vitamina B6 atua na resposta imunológica. Já a associação da B12, B6 e B9 melhora a função cognitiva e a saúde cerebral.

- Os ácidos Graxos ômega-3 (EPA e DHA) desempenham importante papel na atividade do sistema nervoso, memória, cognição, transmissão sináptica, plasticidade de membrana, função antiinflamatória e protetora do sistema imune. A redução na ingestão de gorduras saturadas e trans é importante para que ocorra diminuição da produção de ácido araquidônico e formação de substâncias inflamatórias. É importante um equilíbrio entre os âcidos graxos ômega-3 e ômega-6.

- Duas outras substâncias são importantes: a L-carnitina, atuando no controle do metabolismo energético e a Idebenona (forma mais biodisponível da Coenzima Q10) como cofator da cadeia respiratória.

A toxicidade por mercúrio também tem sido reportada como gatilho para a EM. Lectinas dietéticas encontradas no trigo, feijão, tomate podem aumentar a permeabilidade intestinal permitindo a passagem de antígenos, causando inflamação e exacerbando o processo auto-imune. 

Cada indivíduo é único e apresenta necessidades diferentes!! A atuação na inflamação, imunidade, estresse oxidativo, disbiose, carências de vitaminas e minerais são estratégias que podem melhorar a qualidade de vida do paciente.

IKEJIRI, Y.; MORI, E.; ISHII, K. et al. Idebenone improves cerebral mitochondrial oxidative metabolism in a patient with MELAS. Neurology; 47(2): 583-5, 1996.
MILLER, E.; MROWICKA, M.; ZOLYNSKI, K. et al. Oxidative stress in multiple sclerosis. Pol Merkur Lekarski; 27(162):499-502, 2009.
VORONKOVA, K.V.; MELESHKOV, M.N. Use of Noben (idebenone) in the treatment of dementia and memory impairments without dementia. Neurosci Behav Physiol; 39(5):501-6, 2009.
VILLALBA, J.M.; PARRADO, C.; SANTOS-GONZALEZ, M. Therapeutic use of coenzyme Q10 and coenzyme Q10-related compounds and formulations. Expert Opin Investig Grugs; 19(4): 535-554, 2010.
SOARES, C.S. Papel da Nutrição Funcional na Esclerose Múltipla. Rev Bras Nutr Func; 49:30-36, 2011.