12/07/2011

Ovo aumenta o colesterol?

Mitos sobre alimentação 2 



Por muito tempo o ovo foi considerado grande causador de doenças cardiovasculares, associado com o excesso de gordura, colesterol e calorias da dieta americana. Durante esse tempo, com o objetivo de reduzir o risco cardíaco, houve a recomendação para se limitar a ingestão de ovo.  Porém há estudos que mostram que o ovo não está associado com aumento do colesterol sérico.

 O colesterol é uma substância importante no nosso organismo, encontrada em todas as membranas das células, atuando na síntese dos hormônios testosterona, estrógenos, cortisol e vitamina D. O colesterol presente no sangue é uma somatória do colesterol endógeno e exógeno. O colesterol endógeno contribui com aproximadamente 70% do total e o exógeno (adquirido através da alimentação) com aproximadamente 30%. A fração LDL-colesterol é a fração conhecida como “ruim” e a HDL-colesterol conhecida como a “boa”. O que não pode haver é a oxidação da fração LDL-colesterol, que contribui para a formação da placa aterosclerótica e para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

O ovo é uma excelente fonte de importantes nutrientes: proteína de alto valor biológico, vitaminas (B2, B6, B9, B12, A, D, E, K, colina), minerais (zinco, cálcio, selênio, fósforo, ferro), aminoácidos e lecitina. 

A colina, que é um membro do grupo das vitaminas do complexo B hidrossolúveis e está presente na gema do ovo, tem atividade neurológica, atuando na memória, intelectualidade, na saúde óssea, desenvolvimento fetal, prevenção de Alzheimer e câncer. Outras fontes de colina: semente de mostarda, germe de trigo tostado, lecitina de soja, couve-flor, brócolis. A lecitina também encontrada na gema produz quatros tipos de fosfolipídios: fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina, fosfatidilcolina e fosfatidilinositol que atuam na melhora da memória, depressão, distúrbios de atenção, ansiedade e agressividade.

Estudo de 2008 realizado com 28 homens com sobrepeso evidenciou que dieta restrita em carboidratos e acrescida de ovos diminuiu a concentração de proteína-C reativa (marcador inflamatório) e aumentou a concentração de adiponectina plasmática (hormônio peptídico antiinflamatório e antiaterogênico) quando comparado ao grupo que recebeu dieta restrita em carboidratos e sem ovos. O trabalho evidenciou papel dos ovos na elevação da concentração de HDL-c e a atividade antioxidante e antiinflamatória da luteína na redução da inflamação.  

O que NÃO deve acontecer é consumir ovo FRITO. Ovo caipira é o recomendado. São mais resistentes à salmonela e são mais nutritivos. Possuem seis vezes mais betacaroteno e três vezes mais vitamina A que o ovo comum. O melhor é comer ovo caipira cozido, quente ou pochê.
O ovo deve fazer parte da dieta da maioria da população, com exceção daqueles que apresentam alguma intolerância ou alergia individual.

Curiosidade 1: Você sabia que na clara do ovo contém albumina, uma proteína de difícil digestão?
Curiosidade 2: O consumo de substâncias bioativas antioxidantes e compostos fenólicos atua na diminuição da oxidação da LDL-colesterol.

Joseph, C.; Ratliff, J.C.; Mutungi, G.; Puglisi, M.J. Eggs modulate the inflammatory response to carbohydrate restricted diets in overweight men. Nutrition & Metabolism; 5:6, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário