19/01/2012

Conhece a Semente de Chia?


Recentemente divulgada no Brasil, essa sementinha tem ganhado bastante atenção e espaço na mídia. Também chamada de Sálvia Hispânica, por se originária da região andina do México e da Guatemala, era muito consumida pelos povos Maias em tempos de guerras, por isso o nome Chia, que significa “força”. Além da energia e resistência que proporcionava, a semente era muito valorizada e tratada como moeda por esses povos.

E quais os benefícios que ela pode nos trazer? A semente é bastante valorizada nutricionalmente não só pela quantidade de fibras e de ácidos graxos ômega-3 (ALA e EPA), mas também pela presença de antioxidantes, aminoácidos (isoleucina, leucina, valina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina e triptofano), minerais como cálcio, ferro, fósforo, magnésio e zinco, além das vitaminas A, C, E, B1, B2, B3 e B12.

Por toda sua qualidade nutricional é excelente aliada no tratamento de dislipidemias, problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, problemas hormonais, câncer e melhora do desempenho físico. Poucos estudos mostram efeitos na perda de peso. 

Estudo realizado em ratos recebendo sacarose e tratados com semente de chia, rica em ácido graxo alfa-linolênico (ALA) e fibras, evidenciou melhora na adiposidade visceral e normalização nos níveis de triacilgliceról. Além disso, apesar de não haver alteração nos níveis de glicose sanguínea, foi observado melhora na resistência à insulina nos animais dislipidêmicos.      

As sementes são pequenas e podem ter coloração variada (preta, cinza, marrom escura ou branca). Muitos até a consideram parecida com a semente de linhaça, seja nas propriedades nutricionais, seja no tamanho. A semente de chia apresenta maior concentração de antioxidantes que a linhaça, por isso ela é mais estável e resistente a oxidação. Por ser tão pequena é aconselhado usá-la triturada ou deixá-la de molho num copo com água. Logo que a semente é hidratada é possível observar que forma-se uma camada gelatinosa ao seu redor e ela cresce no tamanho. É até mais fácil de mastigá-la ou batê-la no liquidificador. Esse colóide gelatinoso hidrofílico formado pode atuar promovendo uma conversão mais lenta de carboidratos em açúcar, auxiliando no controle da glicemia e promovendo saciedade.

Pode ser usada batida nos sucos com frutas e em sopas. Também é ótima substituta do ovo em receitas, nos casos de alergias alimentares. Para cada ovo, recomenda-se usar 1 colher de sopa da semente dissolvida em ¼ de água. Outra indicação bastante interessante é usar a farinha de chia em preparações de pães sem glúten. A semente tem capacidade de proporcionar maciez ao alimento devido seu poder aglutinante. A foto abaixo (não muito boa!) mostra a semente de chia logo que foi colocada de molho na água e minutos depois, já hidratada. 


Sendo assim, a chia pode ser vista como mais um coadjuvante na busca por uma boa saúde e não um alimento único e milagroso capaz de promover benefícios. Os hábitos alimentares e o estilo de vida ainda contribuem para o bem estar geral. 





11/01/2012

Primeira postagem de 2012!

Pra começar bem o ano, vou falar de dois alimentos saudáveis que estiveram em evidência na mídia em 2011 e continuarão dando o que falar em 2012. 

ÓLEO DE COCO e   SEMENTE DE CHIA

Hoje será a vez do óleo de coco e depois da Semente de Chia. 


O óleo de coco extra-virgem é um alimento natural de origem vegetal extraído da espécie Cocos nucifera L. Cerca de 50% da gordura do coco é composta pelo ácido láurico, que é o seu principal ácido graxo de cadeia média. No corpo humano, o ácido láurico se transforma em monolaurina, que tem ação antibacteriana, antiviral, antiparasitária e antifúngica. 


O óleo de coco extra-virgem ganhou espaço na mídia pelo seu efeito na diminuição da gordura corporal e da circunferência abdominal, já que o ácido graxo de cadeia média fornece energia imediata, atuando rapidamente na oxidação, levando a um maior gasto energético e, com isso, menor ganho de peso e diminuição dos depósitos de gordura. A ação termogênica do óleo de coco se dá pelo aumento da atividade das UCP’s (uncoupling proteins - proteínas desacopladoras de elétrons) que atuam na mitocôndria. Portanto, um aumento na unidade das UCPs na célula adiposa marrom ou na célula muscular poderia ajudar no tratamento da obesidade.

Além da ação benéfica sobre o perfil lipídico e cardiovascular, recente estudo publicado no Journal of Diabetes Mellitus de 2011 evidenciou efeitos antidiabético e antioxidante do óleo de coco extra-virgem. Interessante observar que apesar de ser um ácido graxo de cadeia média, houve diminuição nas concentrações de colesterol total e a presença dos polifenóis diminuiu a peroxidação lipídica. Isso nos mostra que nem todo ácido graxo de cadeia média é hipercolesterolêmico ou maléfico.

Geralmente o óleo de coco é encontrado para comprar na forma líquida, podendo substituir os demais óleos de cozinha e ser utilizado no preparo de refeições (carne, arroz, refogados). Também pode ser usado no preparo de sucos, sobremesas ou mesmo puro!! Para uso culinário o custo acaba sendo elevado. Outra opção é utilizar o óleo de coco em molhos, patês, ou mesmo no pão, como alternativa da margarina e outros, já que dependendo da temperatura ambiente, o óleo tende a endurecer.  
    

                                                                                                                                                                                                                        
                                                     líquido                                         sólido 


Muita gente opta por utilizar a cápsula do óleo. Não acho vantagem, pois há estudos que mostram efeitos benéficos com o consumo de 30ml por dia. Cada caso é um caso e sempre costumo ressaltar a questão da individualidade do paciente.  


Um excelente ano de 2012 a todos!